sexta-feira, fevereiro 10

Adultos mirins

"Preciso escrever uma redação para o curso pré-vestibular. O tema proposto foi "Crianças precoce: o que fazer?" Confesso não saber escrever redação. Toda essa regra de início meio e fim. Linhas demarcadas para introdução, desenvolvimento e conclusão. Daqui há alguns dias acredito que irei conseguir organizar as ideias de maneira clara para falar sobre o que penso sobre essa coisa toda de infância precoce, abordando a questão  da sexualidade. 
Falando nisso, pode-se observar que hoje as crianças são como Pollys e Max Still. Pequenos corpos querem ser manequim de vaidade e comportamentos que não condizem com sua idade. Meninas usam saia justa, sandália de salto da Hello Kitty, batom da Barbie e mais brilho do que uma musa do carnaval. Os meninos, tentam parecer ser forte, usando camisetas para evidenciar braços. O gel no cabelo fazendo topete, como em uma competição de quem tem o topete maior. 
A televisão ensina as danças do momento, que erotizam e dão status para quem acompanha o ritmo. Muitas delas tem suas letras fazendo apologia ao sexo, ora subentendido, ora escrachado. É quase uma aula de ginástica, onde quem chega no chão é mais engraçado. Isso tudo é uma grande palhaçada! Entretanto, não posso dizer isso para minha professora, não desta forma. 
Bacana é ver que os pais observam esse comportamento e não falam nada! Acham graça e batem palma! A Mulher Filé está sendo julgada, junto com os pais de uma criança de cinco anos de idade, por em um show às cinco da tarde em uma escola de samba no Rio de Janeiro, induzir a menina a dançar como ela. Mas, o que os pais tem a ver com isso? Foi o pai que colocou a menina em cima do palco! EM CIMA DO PALCO! Em todo caso, quem vai tomar a providência é a juíza. Acéfalo quem preza a vulgaridade e quem incentiva! 
Dona Regina, a professora, disse que em redações os culpados não tem cara. É sempre a mídia, o capitalismo e a globalização. Acho que é muito mais do que isso. Tem culpa quem dá ibope pra programa besta de televisão, tem culpa os pais que incentivam, tem culpa todos aqueles que aumentam o status da visualização de videos no youtube. Eu tenho culpa, por rir disso tudo e não fazer muito para ajudar. Tem culpa também quem vai ler este texto e não vai mudar a postura."

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