quarta-feira, maio 30

Um quinze de novembro

Os abraços, as gargalhadas, as trilhas sonoras. A vivência, os carinhos e os sonos zelados. A cumplicidade, a distância, os suspiros, a presença e a saudade. Esse é o resultado de uma noite de primavera em feriado nacional. 


sábado, maio 26

O vento


Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater, mas o estrago que faz a vida é curta pra ver...
Eu pensei... Que quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar: Um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás? Por que será? ... Vou pensar.
- Como pode alguém sonhar o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer.
E isso, eu vi, o vento leva!
- Não sei mais sinto que é como sonhar que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer...
E isso por que? Diz mais!
Uh... Se a gente já não sabe mais rir um do outro meu bem então o que resta é chorar e talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas.
Um século, três, se as vidas atrás são parte de nós. E como será?
O vento vai dizer lento o que virá, e se chover demais, a gente vai saber, claro de um trovão, se alguém depois sorrir em paz. Só de encontrar... Ah!!!

sexta-feira, maio 25

Socorro


Socorro, não estou sentindo nada. Nem medo, nem calor, nem fogo, não vai dar mais pra chorar, nem pra rir. Socorro, alguma alma, mesmo que penada... Me entregue suas penas! Já não sinto amor, nem dor, já não sinto nada!
Socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate, nem apanha. Por favor, uma emoção pequena. Qualquer coisa! Qualquer coisa que se sinta, em tantos sentimentos deve ter algum que sirva. Socorro, alguma rua que me dê sentido! Em qualquer cruzamento, acostamento, encruzilhada...

quarta-feira, maio 23

Só de mim.

"Tu não sabes quem eu sou, mas eu sei quem tu és... e só preciso de um minuto da tua atenção. Espero que saibas a sorte que tens. O quanto eu gostaria de estar na tua pele. Poder estar na mesma cama que ela todas as manhãs. Ajudá-la a acordar da má disposição matinal.
Espero que saibas que ela não te vai falar enquanto não lavar os dentes. Não é por mal... é por medo de perder o encanto aos teus olhos. Que a consideres um ser humano comum.
Espero que saibas que ela gosta de aproveitar cada raio de sol, e que o café a deixa mal disposta.
Que escolhe a roupa que vai vestir na noite anterior, só para poder ter mais cinco minutos de sono pela manhã. Que o despertador toca cinquenta vezes até que se levante, e que mesmo assim, consegue chegar a horas.
Quero também dizer-te que ela adora histórias do fantástico. Mas não de terror! Que é capaz de saber o nome de todas as personagens de um livro antigo, mas que não se vai esforçar para decorar o nomes de todos os teus amigos à primeira... Porque ela... ela é que sabe de si.
Tu nunca serás uma sorte para ela. Sorte é poderes tê-la na tua vida. Sabes? Ela não é romântica por natureza, mas uma demonstração espontânea da tua parte vai fazê-la fraquejar. Porque ela é segura e doce ao mesmo tempo. Ela não sabe cozinhar, mas vai esforçar-se para fazer o teu prato preferido. E se não estiver bom, ela vai rir-se do falhanço, em vez de corar.
E quando ela ri... quando ela ri eu tenho vontade de chorar. Não de tristeza, mas porque cada gargalhada é como uma nota musical que toca ao coração e me faz querer dançar.
Ela é tudo o que eu queria e nunca soube que tive. Aprende que a arritmia que sentes com ela é normal! E que a falta dela é um vazio igual à morte.
Espero que sejas tudo aquilo que eu nunca fui. Espero que a trates bem. Porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre. Pudesse eu ter lido o futuro..."


Só de mim, Youtube. ]

terça-feira, maio 15

Mambembe

Entre o despertar e o adormecer existe um passo largo.
O ar dentro do quarto está pouco respirado. Dormir é transportar-se para o real e palpável.
Ao colocar os pés no chão, entra em um universo paralelo onde não se tem certeza de nada.
O primeiro gole d'água é recebido com uma sensação de estar vivo. Uma espécie de dejavú. Uma vez que essa dimensão consiste totalmente desconhecida. Onde não se pode voltar atrás e repetir, como no mundo dos sonhos. Lá sim possui vida. Podemos ir e vir quantas vezes queremos. Podemos sentir e re-sentir da maneira que quisermos. Lá nós temos o controle e até mesmo quando perdemos, o subconsciente toma conta de tudo com uma dose de ousadia.
Atividades pragmáticas são iniciadas para o bom andamento do tal passo largo. Pensamentos inúteis começam a fluir, o coração insiste em bater. O coração insiste em sentir.
Estimado é o momento de adormecer.
O tempo passa e é exigente, há tarefas a cumprir. Conforme o ponteiro se movimenta, as designações são cumpridas. Vai e vem. Volta e vem. Vai e volta. O ser humano é uma máquina muito estranha, cumpre tarefas sem consciência, sem empatia. Queria mesmo é estar no mundo dos sonhos. Onde tudo tem mais sabor e a queda livre não tem fim, deixando apenas a sensação de cair.

segunda-feira, maio 14

De catorze à catorze

Você, que me olhava pelos cantos, pelos meios e intermediários curiosos. Você, meio torto, discreto e sorridente. Você cuja aura é clara e leve, que é mais o que o meio permite, que acolhe, alegra e esquenta.
Você na Páscoa, você no almoço, você lá em casa. No pensamento, na sala e na varanda. Na cozinha, com copo d'água e na cama. No chão, no jardim e pelo corpo todo. Com carinho, fervor e cumplicidade.
Você meio triste, meio bravo e meio pensativo. Você entre olhares, entre palavras e entre minhas pernas. Você esguio e distante, louco, irritante e criança. Na noite, no futebol e na dança. Com beijo, cigarro e palavra doce. De mala, cuia e amor para dar. Você por trinta dias, de catorze à catorze. Por um ano, pela vida inteira. Eternamente enquanto durar, você. E eu. Você e eu.  

Anita J. Valmett  

quinta-feira, maio 10

Meu coração é a sua casa

As vezes parece ironia, você se vê com o maior problema do mundo e ela ri da sua cara, faz piada e nem da bola. Fala uma meia dúzia de palavras e muda de assunto. 
Se mete em uma rotina absurda, some e parece ter esquecido da existência de quem escreve. 
Na verdade, esses e outros indícios só contrabalançam todo o carinho e atenção que ela tem por mim. Finge descaso com meus problemas, para que eu possa me dar conta da insignificância deles e me faz sorrir para amenizar as dores. 
Pede ajuda e também chora, mas na hora do aperto está presente da maneira que pode. Com o seu jeito exótico e tênue, que só ela consegue ter. Ela se finge ausente, e depois chega com todas as palavras que você precisa ouvir. Não importa se são doces ou amargas, sempre são propícias e no fundo tem uma camada significante de carinho. Talvez essa história de cordão umbilical, pregue uma sintonia para o resto da vida. 

Doce veneno amargo

Todas as doses que bebi em minha vida foram saturadas. Era tudo muito forte e muito rápido, fosse bom ou ruim. Sem importar muito as circunstâncias, era preciso digerir e assimilar. 
Fui jogada de um precipício para aprender a voar. E cambaleando por um céu ora negro, ora límpido, eu sigo um caminho que não sei onde vai dar. Quem sabe, afinal? 
Talvez eu acorde em uma manhã amena e me dê conta de que vivi bem demais! Que todas as vezes que burlei ou fingi, estava enganando a mim mesma. E que todos os dias, apesar de acordarmos com alguém do lado, estamos sempre sozinhos. Só nós podemos seguir o nosso caminho. Eu espero poder um dia me dar conta disso tudo. E beber com gosto esse doce veneno amargo que a vida nos oferece. 
Que mal há em viver tudo de melhor que a vida oferece? É o que meu pai sempre me disse. Vamos seguir em frente pois na vida é agir ou agir. 

terça-feira, maio 8

Almas perfumadas

Por Ana Jácomo

Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.


Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.

O frio do final de semana


Frio é sinônimo de cama, filminho e edredom. Os finais de semana de outono, são marcados por esse quarteto bacana. Agradando tanto às meninas que fazem seção de cinema no sábado a tarde, quando aos casais que optam as vezes hibernar o final de semana todo. E para completar, aquela pipoquinha... Quer programa melhor para combater o frio do final de semana?