sexta-feira, setembro 30

Sincronicidade,

Uma vez eu li um livro. Era o meu tipo de livro, e sei que muitas pessoas pensavam assim. Esse livro foi escrito para ser o tipo de muitos, eu senti quando li a capa. Não era um livro qualquer, não dava para julgar pela capa. Ele te convidava a adentrar as páginas e viver a história.
Eu cheguei a pensar por um tempo, que era infantil demais por achar aquele livro tão especial, mas no fundo ele havia tocado o meu buraco no peito.

quinta-feira, setembro 29

Por Tati Bernardi,

Eu não espero que você seja o-grande-amor-da-minha-vida, parei de acreditar nisso… Não quero que você me faça chorar. Não quero que você seja um motivo ruim na minha vida. Você é motivo de sorrisos, razão pra eu acordar num dia de chuva e tomar banho e mudar de roupa porque eu sei que você vai passar aqui… Não quero te odiar. Não quero falar mal de você pros outros. Pras minhas amigas. Quero falar mal de você como quem ama. Pois é, ele nunca lembra de desligar o celular antes de dormir e sempre alguém do trabalho liga. Sabe, eu quero dizer isso. Que o máximo de irritação que você me provoca é me acordar de manhã cedo falando bobagens que parecem ser importantes no celular. Não quero que você me largue. Não quero te largar. Não quero ter motivos pra ir embora, pra te deixar falando sozinho, pra bater o telefone na sua cara. E eu não tenho medo que isso aconteça (eu nunca tenho), eu fiz isso com todos os outros. É só que dessa vez eu queria muito que fosse diferente. Dessa vez, com você, eu queria que desse certo. Que eu não te largasse no altar. Que eu não te visse com outra. Que eu não tivesse raiva. Que você não passasse a comer de boca aberta. Que você entendesse o meu problema com chãos de banheiro molhados pra sempre. Que você gostasse e cuidasse de mim como disse ontem à noite que cuidará. Eu quero que dê certo, não estraga, por favor. Não estraga não estraga não estraga. Posso pôr um post-it na sua carteira? Mesmo que a gente não fique juntos pra sempre. Mesmo que acabe semana que vem. Nunca destrua o meu carinho por você. Nunca esfrie o calorzinho que aparece dentro de mim quando você liga, sorri ou aparece… Mesmo que você apareça na porta de outras mulheres depois de me deixar. Me deixe um dia, se quiser. Mas me deixe te amando. É só o que eu peço.

quinta-feira, setembro 22

Hemisférios diferentes,

Uma era água, a outra, fumaça. Uma era dia, a outra, noite. Cada uma em seu universo, se encontraram depois de muito tempo. Mas mesmo assim, longe. Ambas não se misturavam. O mesmo mundo, hemisférios diferentes. Realidades diferentes.
Uma era a caçula, a outra, sozinha. Uma pedia colo, a outra, era o colo desamparado. Uma sofria pelo amor perdido, a outra, pelo não encontrado.
A outra, louca, solta, pouca, berrante, inquieta. Uma calma, dentro, silneciosa, modesta. Se completavam com seus contrastes. Se falavam por telepatia, pelas estrelas e com o coração. Ambas almas perdidas, sem direção, rumo ou estrada.
Quem sabe um dia se encontrassem e mudassem as coisas? Quem sabe... Eram gelo e fogo. O estado ameno era a junção. A mistura. Mesmo que fosse em hemisférios diferentes.

Karen Garcia

Quando eu virar luz,

Em determinados momentos as pessoas recuam. Querem parar, desistir. Voltar atrás.
Quando percebem a situação, quando temem. Quando sentem um pouco mais.
Umas volta, outras não.
Eu gostaria de explodir dentro de mim. Ficar só corpo e morrer tudo o que fosse resto.
Até alguém perceber que sou oca, até meu corpo não se aguentar mais em pé.
Quero deixar essa amontoado de ossos de lado e viver como fluido.
Virar energia, sem apegos ou medos.
Apenas fluir e irradiar.
Eu quero poder mostrar a luz para os que temem. Para que eles não desistam.
Quero ser vida.

Karen Garcia

Primavera,



Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

É só acreditar,

eu acho que preciso estudar
sobre a vida
ou então encontrar um modo diferente de viver
não um modo diferente de viver, mas, fazer algo que faça a diferença
algo que preencha esse buraco no peito
mesmo que seja uma busca interminável
eu acho que a única coisa que eu acredito é em mim 
Karen Garcia 

quarta-feira, setembro 21

Fim de inverno,

"E se eu dormir e não acordar? Você sentiria a minha falta? Alguém choraria a minha morte? Alguém notaria a minha ausência.
Tem horas, como agora, que dá vontade de desistir.. Solidão cansa. Eu não sinto falta de pessoas. Elas estão por toda a parte. A todo momento. Eu sinto falta de presença, eu sinto falta de mim.
Não quero ser uma máquina, que trabalha copiosamente a sua vida toda e no final se estraga e é esquecida. Um número, mais um. Indiferente. Despercebido.
Vou dormir. Talvez amanhã eu não acorde, acho que isso me traria um pouco de felicidade."

Setembro, 17th - 2011
Karen Garcia

Terça-feira,

Não me preocupei com o horário de despertar, mesmo assim acordei cedo. Antes de abrir os olhos apalpei a cama em procura do celular. Um bocejo, eram oito e meia da manhã. 
Aproveitei e dei uma olhada nas mensagens, sem ao menos ler, deixei o celular e fui ao banheiro. 
Nada como se olhar no espelho e ver uma feliz cara amarrotada lhe oferecendo um sorriso como "bom dia". Minha felicidade em me ver pela manhã as vezes salva o dia. Escovei os dentes vagarosamente, lavei o rosto e dei uma esticadinha no corpo! 
Um café da manhã rápido e gostoso forrou meu estômago. "Papai do Céu, obrigada por esse pão maravilhoso!" - eu pensei. Levei as coisas para cozinha, dei um beijo na Sônia e subi! 
Sabe quando um banho revitaliza a alma? Foi esse que eu tomei. Lavei até as almas penadas dentro de mim. Costumo ser bem centrada na minha arrumação, dei um jeito no quarto, troquei a roupa. Coloquei minhas coisas em uma bolsa e parti. Dei um beijo na Laura, outro na Sônia e fui. 
Na rua, resolvi coisinhas e coisas grandes. Filas, esperas. Aqueles cinco minutos que duram eternidades. Quantas eternidades em apenas uma hora! Foi o que levou para resolver o que precisava. Fui para o barco. Eu acho inadimissível fazer um trajeto de trinta minutos em duas horas! Mas, foi isso. O contraponto é que o cenário é explendido. Logo, nada melhor para pensar do que ficar a deriva por um tempo. Digo, literalmente, pois o barco ficou realmente parado para concertar algum problema durante vinte minutos. 
Uma da tarde, lar doce lar. Minha Ilha. Ufa! É uma maratona e tanto, morar em uma Ilha e estudar no continente. Nada melhor do que amigos que possam nos acolher nesses momentos. Pois o horário de barco não permite voltar no mesmo dia. Sem contar que ficaria bem tarde. 
O dia seguiu, o foco tomou outro rumo. Um pouco de trabalho, organizações. Uma palestra para uma turma de universitários. Descontração e um pouquinho de descanso também. 
A noite é categorizada por algum restaurante na orla. Nada como comer uma boa comida feita com carinho. Depois um capuccino e um bom papo com amigos. Um céu estrelado alegrando a noite e uma brisa marinha envolvendo o corpo. 

Encontros, reencontros. Ideias trocadas e compartilhadas. Boas gargalhadas. Uma ótima terça-feira! Esta, encerrada pelo relato do dia. E o cheiro do sono impestiando as narinas, entranhando os poros e pesando os olhos. Um desejo de boa noite e anseio de que a quarta seja ainda melhor. 

Carpe Diem. 
19 de setembro de 2011
 Karen Garcia




terça-feira, setembro 20

16 de novembro de 2009,

- E o mundo lá fora parou. Nada importa, eu paro o tempo e vivo os meus delírios, que são reais. Eu me sinto diferente, me sinto melhor. O instável não me abala, e minhas alegrias são vividas dentro e fora deste universo. O poder está nas mãos, brincar com o tempo, pode ser perigoso. Esse perigo é instigante. Ele desafia e zomba das suas atitudes, é insinuante.
A água que cai do céu refresca e traz alegria, alegria pela simplicidade do gesto. O contato de cada gota com o chão reproduz uma melodia que é suficiente para o meu humor. Essa melodia me faz bem.
Como eu estou?! Amena, obrigada ;* 

Karen Garcia

quinta-feira, setembro 15

Por Gabriel Careli,

Venho de longe

Mesmo ao longe, vejo teu desenho no sol a se por
Mesmo distante, sinto a proximidade do teu toque
Mesmo ausente, percebo a presença, o calor
Como se para mim sussurrassem versos e estrofes

Não te aflijas, a longa espera
Não te aflijas, pois eu aguardo
Saibas, tu, que seja ano, dia, mês, era
Saibas, tu, que por mais pesado que pareça o fardo

Sou o vento que lhe acaricia a face
Sou o calor que lhe aquece o corpo
Sou a chuva que molha teu rosto

Espero, pois sei que vai chegar
Espero, mesmo que o tempo decida dificultar
Espere, pois ainda vou ai, só para poder te encontrar

Um parágrafo in-ventado,

O vento ventou e levou com ele a minha tristeza. Ventou e secou as minhas lágrimas. Levou as nuvens e deixou o sol. Esquentou meu corpo. Sacudiu minha alma e acalentou meu coração. Retornou em brisa e me apaixonou. E com ele, a primavera estonteou meu sentimento. Me trouxe a cor, me deu mais vida. Me abriu em flor. O vento ventou em forma de tempestade, mas, eu persisti e de pé fiquei. A tempestade passou e mais uma vez retornou em brisa. Trazendo o meu sorriso. Trazendo-me a paz. O vento ventou, me envolveu. Acalentou.
Karen Garcia

sexta-feira, setembro 9

Soneto de fidelidade,


Vinícius de Moraes
De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

* O homem da minha vida, declamava esse poema para mim, meu pai.



terça-feira, setembro 6

Re-amar,

Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.

Até o Sol raiar,

Hoje eu aprendi que momentos maravilhosos não precisam ser extremos. O singelo é maravilhoso. Não é só o contato físico que demonstra desejo. E não precisamos nos render sempre aos apelos da carne. Há coisas que podem ser mais especiais com a curiosidade do que com o sabor de ter provado. Isso dá uma deixa para viver o que a vida tiver reservado para nós. É o tempo ao tempo, a sincronicidade das coisas.
Karen Garcia

quinta-feira, setembro 1

Reação ao novo,

O ser humano se impacta com o novo. Sendo novo, diferente, incomum. Entretanto, muitas pessoas rejeitam o desconhecido simplesmente por não conhecer. Ser aluno novo na escola, é uma das piores coisas do mundo! Você é sensurado e observado a todo momento. "Tinha que ser o aluno novo". Quando você se depara com um celular novo, sente a diferença do antigo, mesmo o novo sendo mais sofisticado. Seja até uma nova interface de site, ou rede social. As pessoas sentem prazer em rejeitar o novo. Essa rejeição é devida ao apego ao que existia antes.
Vale a pena deixar-se descobrir o novo e "enjoy". Só depois disso você poderá dizer se o antigo era realmente melhor que ou novo, ou vice-versa. Sou adepta a tudo o que é novo. Gosto da adaptação. Essa busca pelo conhecimento, pelo domínio do que é novo, me instiga.

Karen Garcia