domingo, outubro 28

Novo lar


No subir e descer dos andares, vez ou outra esbarramos com uma senhorinha andando de vagar. 
As irmãs todas de azul fizeram um voto para servir. Uma residência de jovens que tem como mentora Maria Imaculada, santa que acolhia jovens. Bonita missão. 
Os largos e iluminados corredores parecem não ter fim. Escadas ligam setores e andares. Cada porta leva a um ambiente inimaginável. Após percorrer os infindáveis corredores e saborear as vistas das grandes janelas, no final do corredor da Ala 3 do quinto andar, a penúltima porta é a minha. 
Uma cama, uma mesinha, uma cômoda, uma janela, um armário embutido e uma mala carregada de esperanca. Lá seria meu novo lar. Estava feliz. 
Haveria que ter boa conduta e respeitar as regras. Compartilhar, cooperar e pertencer. Estava ainda assimilando isso tudo. Não me impunham nada, apenas abriam sua casa e me davam um canto por um preco amigável e a tranquilidade de uma nova família. 
Eu deveria providenciar todos os meus pertences para uso pessoal, desde utensílios de limpeza até minha roupa de cama. Adorável! Cuidar de minhas coisas, pensar em mim. Nada mal. 
Na manhã de sábado levei as poucas coisas que eu tinha, instalei em um canto do quarto e respirei fundo. Iria dormir a primeira noite na casa de uma amiga que era pròxima a residência. 
Ao atravessar a porta principal o meu coracão batia mais calmo e o silêncio do lugar me dizia que um novo tempo comecara. Meu coracão estava em paz. 


Referencial?

Hoje eu não conseguiria enumerar meus ídolos, meus gostos e hábitos. Gosto de coisas que nem sei o nome, outras me agradam no contato primeiro e que eu posso enjoar em menos de um mês.