segunda-feira, abril 2

As vezes faltam palavras e a gente perde a noção do tempo

No quintal a correria e uma brincadeira arquitetada. Pelo quarto vestígios de artes e ideias mirabolantes. Às vesperas de datas comemorativas, ensaiava-se coreto, pintavam-se cartões. 
Os finais de semana eram infinitos enquanto duravam. A tarefa escolar muitas vezes ficava por último e restros de alegria por toda casa. Laços que a distância não podia separar, que as diferenças não podiam intervir. Em um tempo em que tudo era sorvete com confete, quando todos os problemas eram driblados com uma ideia genial, quando o plural era singular. 


"Já faz tanto tempo, mas mesmo assim eu te reconheceria em qualquer lugar do planeta. Com uma roupa diferente, maquiagem, máscara e até careta. Faz tanto tempo que não sabemos mais como está a vida da outra, tanto tempo que superficialmente nos sentiríamos estranhas.
Eu me lembro de uma infância perfeita do seu lado, quando todos os impedimentos familiares não soavam mais alto que uma gargalhada e os mesmos não eram capaz de nos separar. As imitações na frente do espelho, as artimanhas das brincadeiras. Os abraços, os sorrisos, as lágrimas.