quinta-feira, maio 10

Meu coração é a sua casa

As vezes parece ironia, você se vê com o maior problema do mundo e ela ri da sua cara, faz piada e nem da bola. Fala uma meia dúzia de palavras e muda de assunto. 
Se mete em uma rotina absurda, some e parece ter esquecido da existência de quem escreve. 
Na verdade, esses e outros indícios só contrabalançam todo o carinho e atenção que ela tem por mim. Finge descaso com meus problemas, para que eu possa me dar conta da insignificância deles e me faz sorrir para amenizar as dores. 
Pede ajuda e também chora, mas na hora do aperto está presente da maneira que pode. Com o seu jeito exótico e tênue, que só ela consegue ter. Ela se finge ausente, e depois chega com todas as palavras que você precisa ouvir. Não importa se são doces ou amargas, sempre são propícias e no fundo tem uma camada significante de carinho. Talvez essa história de cordão umbilical, pregue uma sintonia para o resto da vida. 

Doce veneno amargo

Todas as doses que bebi em minha vida foram saturadas. Era tudo muito forte e muito rápido, fosse bom ou ruim. Sem importar muito as circunstâncias, era preciso digerir e assimilar. 
Fui jogada de um precipício para aprender a voar. E cambaleando por um céu ora negro, ora límpido, eu sigo um caminho que não sei onde vai dar. Quem sabe, afinal? 
Talvez eu acorde em uma manhã amena e me dê conta de que vivi bem demais! Que todas as vezes que burlei ou fingi, estava enganando a mim mesma. E que todos os dias, apesar de acordarmos com alguém do lado, estamos sempre sozinhos. Só nós podemos seguir o nosso caminho. Eu espero poder um dia me dar conta disso tudo. E beber com gosto esse doce veneno amargo que a vida nos oferece. 
Que mal há em viver tudo de melhor que a vida oferece? É o que meu pai sempre me disse. Vamos seguir em frente pois na vida é agir ou agir.