terça-feira, julho 31

Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.

Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais.
Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. 
“E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha".


Fernando Pessoa 

domingo, julho 29

Prelúdio

E meu pai que sempre remetia o grande Raul a me dizer "Sonho que se sonha junto é realidade!". Foi ele que me mostrou caminhos limpos para uma vida linda e amena. Foi ele que me disse para viver tudo o que há para viver. Me instruiu precaução, me mostrou ingenuidade e confiança. E mais uma vez, sonho que se sonha junto é realidade. 
(Foto: Karen Garcia)

terça-feira, julho 24

Respirar


Respirar pela manhã. Nada como acordar cedo e se permitir esvair com um cenário deste! 
Mirante - Vila do Abraão - Ilha Grande - Angra dos Reis - RJ, 24 de julho de 2012.
(Foto: Karen Garcia) 

Complementares


Ela sonha com a liberdade, eu sinto falta do colo e do berço. Ela quer um príncipe encantado, eu tampouco pratico apego. Ela quer certeza das coisas e eu vou vivendo a incerteza de cada dia. 

sexta-feira, julho 20

Porto seguro

Quando as coisas não saem da maneira planejada
Para onde se volta? 

Quando os sonhos parecem ser loucos e ogros 
Será que os loucos somos nós? 
(Jamais, são eles os ogros. Ogros por não acreditarem e temerem!) 

E quando falta o colo? 
Pra onde a gente corre? 


quinta-feira, julho 19

Mr. Brightside


As pessoas dizem que tenho cara disso e daquilo. Bom, sou mais careta do que o destino ironizou. Filha de loucos, apadrinhada por uma vida insegura e caminho tortuosos, poderia ser um furacão. Me acho passional demais para isso. Mas na verdade, eu posso ser o que quiser, quando quiser. Posso experimentar todos os venenos e provar diversos sabores, sem me viciar ou apegar. Posso ir e vir sem muitas dores e arranhões. Eu sou assim. 

Tão pouco

Nessa de tanto tentar fazer, nada faço. Nessa de querer estar em todos os lugares, não me encontro em nenhum lugar. E quando me pego no momento presente, o silêncio me inquieta. 
Mas assim é bom. Esse quarto escuro, o barulho da chuva, o frio lá fora e algum alarme de carro tocando ao longe. 

Ai se sêsse

Se um dia nois se gostasse... Se um dia nois se queresse... Se nois dois se empareasse... Se juntim nois dois vivesse.... Se juntim nois dois morasse... Se juntim nois dois drumisse... Se juntim nois dois morresse... Se pro céu nois assubisse, mas porém acontecesse de São Pedro não abrissea porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice... E se eu me arriminasse e tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse... E a minha faca puxasse e o bucho do céu furasse... Tarvês que nois dois ficasse... Tarvês que nois dois caisse e o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse. 

O que é bonito?


O que é bonito, é o que persegue o infinito mas eu não sou. Eu não sou, não... Eu gosto é do inacabado. O imperfeito, o estragado que dançou. O que dançou...
Eu quero mais erosão, menos granito. Namorar o zero e o não. Escrever tudo o que desprezo e desprezar tudo o que acredito. Eu não quero a gravação, não... Eu quero o grito que a gente vai, a gente vai e  fica a obra. Mas eu persigo o que falta, não o que sobra. 
Eu quero tudo que dá e passa. Quero tudo que se despe, se despede e despedaça. O que é bonito...

quarta-feira, julho 18

Andei revirando fotos. Achei algumas coisas que me fizeram sorrir. E outras, me fizeram chorar. Lembrei de outros gostos, outros lugares, outros tempos.

O dia em que virei boneca

Percebi, logo ao amanhecer
Que havia perdido o movimento dos olhos.
Para frente, era a única direção que eles conheciam.
Agora eu só olhava adiante.
Fui tomar banho e notei, sem muita emoção,
Que minha pele já não absorvia a água com tanta facilidade.
Acho que perdi a capacidade de sentir na pele. 
A falta de sangue me deixou mais reciclável e fria, 
Alguns nutrientes a menos me embaraçaram mais os cabelos…
Cabelo… Sempre foi a minha parte menos desartificial,
Sempre foi meu parque de diversões nos dias de tédio. 
Abri meu guarda-roupas e uma novidade confortante:
Agora eu só tenho um vestido. 
Um amarelo estampado, com renda no final, como deveria ser a vida. 
Não preciso escolher o que vestir. 
Só preciso escolher entre me vestir, ou não. 
Pela primeira vez na vida, não tenho um dono. 
Tenho hora para o chá, tenho uma prateleira e, às vezes, 
Por pouco tempo, pego poeira. 
Mas nunca mais fui obsoleta. 
Sempre existe alguém enxergando diversão em mim. 
Uma vez que saí da embalagem, minha vida é criar memórias. 
Todo mundo “amava aquela boneca”. 
Agora muita gente já me amou, até no futuro. 
Sou pouco articulada, mas não me preocupo com as cutículas. 
Minha maçã é rosada, algumas pessoas vão me achar ridícula. 
Mas, meu rosto agradavelmente só me permite sorrir. 
Sorrir e olhar para frente. 
Amar quem atropelar meu olhar, e saber ser memória. 
Aprendi a ser memória. 
Foi esse o dia em que virei boneca

quinta-feira, julho 12

O sorriso do Sol


O Sol sorriu um pouco mais e assim, as nuvens perderam a timidez e foram passear. O azul do céu se resplandeceu e o sol irradiou. E assim, o dia viveu feliz. 

domingo, julho 8

Preciso me encontrar

(Foto: Guilherme Reis) 


Deixe-me ir, preciso andar.. Vou por aí a procurar rir prá não chorar.
Deixe-me ir, preciso andar.. Vou por aí a procurar rir prá não chorar..
Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar. Eu quero nascer, quero viver...
Mestre Cartola 


segunda-feira, julho 2

Namora comigo?


Pra ver o sol nascer
E em nossa aurora perceber
A delícia de viver
Tudo que a gente sempre quis
Olhar nos olhos de alguém
E conseguir dizer:
Estou feliz!