quinta-feira, julho 19

Mr. Brightside


As pessoas dizem que tenho cara disso e daquilo. Bom, sou mais careta do que o destino ironizou. Filha de loucos, apadrinhada por uma vida insegura e caminho tortuosos, poderia ser um furacão. Me acho passional demais para isso. Mas na verdade, eu posso ser o que quiser, quando quiser. Posso experimentar todos os venenos e provar diversos sabores, sem me viciar ou apegar. Posso ir e vir sem muitas dores e arranhões. Eu sou assim. 

Tão pouco

Nessa de tanto tentar fazer, nada faço. Nessa de querer estar em todos os lugares, não me encontro em nenhum lugar. E quando me pego no momento presente, o silêncio me inquieta. 
Mas assim é bom. Esse quarto escuro, o barulho da chuva, o frio lá fora e algum alarme de carro tocando ao longe. 

Ai se sêsse

Se um dia nois se gostasse... Se um dia nois se queresse... Se nois dois se empareasse... Se juntim nois dois vivesse.... Se juntim nois dois morasse... Se juntim nois dois drumisse... Se juntim nois dois morresse... Se pro céu nois assubisse, mas porém acontecesse de São Pedro não abrissea porta do céu e fosse te dizer qualquer tulice... E se eu me arriminasse e tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse... E a minha faca puxasse e o bucho do céu furasse... Tarvês que nois dois ficasse... Tarvês que nois dois caisse e o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse. 

O que é bonito?


O que é bonito, é o que persegue o infinito mas eu não sou. Eu não sou, não... Eu gosto é do inacabado. O imperfeito, o estragado que dançou. O que dançou...
Eu quero mais erosão, menos granito. Namorar o zero e o não. Escrever tudo o que desprezo e desprezar tudo o que acredito. Eu não quero a gravação, não... Eu quero o grito que a gente vai, a gente vai e  fica a obra. Mas eu persigo o que falta, não o que sobra. 
Eu quero tudo que dá e passa. Quero tudo que se despe, se despede e despedaça. O que é bonito...