quinta-feira, novembro 24

Mudanças

Eu vou para Goiânia Resende; 

E depois de um ano e quatro meses, eu me vejo pensando em voltar para minha cidade natal. Eu não vejo problema em mudanças e para ser sincera, eu até gosto. Poderia dizer que gosto de sofrer, mas, na verdade.. Eu acho que enjoo um pouco das coisas - ou  talvez pense assim só para conseguir superar o sofrimento - e enjoe um pouco de mim.
Um ano e quatro meses, são dezesseis meses. Minha mudança será, provavelmente no começo de fevereiro do ano que vem. O que totalizam dezenove meses. O que completa um ano de Ilha Grande. É muita informação.
Se levarmos em conta que: nasci em Resende (1994), me mudei para Garatucaia (Angra dos Reis/RJ) e lá vivi até 4 anos (1998). Voltei para Resende, morei até os 12 anos (2006). Me mudei para o centro de Angra dos Reis, fiquei 7 meses. Fui morar em Garatucaia com meu pai (dez/2006). Fiquei com ele até 14 anos (fevereiro/2008) e voltei para Resende. E finalmente, me mudei novamente para Garatucaia (julho/2010). Depois disso, fui morar em um lugar chamado Ilha Grande (Angra dos Reis/RJ) com completos 16 anos (fevereiro/2011) e é nesse lugar que eu vivo até hoje. (novembro/2011) [ufaaaa]
Pois bem. Já estou pensando em mudar (novamente).
Há uma semana, eu estava com uns amigos e mencionei a possibilidade de sair do lugar que eu estava. Comentei sobre a necessidade de mais qualidade de ensino. Um deles soltou "Karen é nômade". Eu simplesmente fiquei pasma, pois nunca tinha visto por este ponto de vista. Não deixei transparecer meu espanto, mas, fiquei pensando comigo.
"Nômade, eu?" - parei para analisar e não poderia ter apelido mais carinhoso e sincero.
Eu não quero pensar em detalhes de mudanças, em rotina ou em como eu vou sentir saudades da Ilha Grande, das pessoas e da minha pacata vida agitada insular.
Voltar para um município, onde vivi grande parte da minha vida. Onde se encontram grande parte das pessoas que eu conheço, chega a ser um tanto assustador. Encarar tudo o que eu já tive. Reviver os errôneos fatos cômicos, entre outras coisas. Nem imagino como poderá ser.
Dentro de mim, neste momento, existe um pouco de ansiedade, alegria e uma pontinha de medo. O que será um retorno depois de tanta coisa vivida fora dali. Por que a questão não é quanto tempo fiquei fora, mas, o que vivi fora e que não será compatível com meu meio de vida naquele lugar. Vamos vivendo para ver, se der mesmo certo, as coisas irão se encaixar no seu devido tempo.  
( Karen Garcia )  

Doce limbo

Eu estou em um vazio quarto de hotel, mas, sei que você combinaria com a decoração. 
E se eu apagasse a luz, os nossos olhares iriam brilhar. 
Mãos, lábios, pele e abraços iriam se encontrar no infinito desse colchão. 
Eu poderia zelar pelo teu sono a noite inteira e afastar qualquer pensamento ruim. 
E de manhã, acordar com cantoria fazendo então assim o dia nascer azul.

 ( Karen Garcia )