sábado, março 17

Um horizonte diagonal e uma sede insaciável

Bebeu mais um gole d'água e de súbito levantou-se da cama. Trocou-se rapidamente e, transformando-se em vinho pegou a chave do carro e saiu.
Tinha sede de pessoas. Alguns goles de água fresca não podiam saciá-la. Queria observar, mexer. Queria jogar.
Mais uma noite.Vidro semi-aberto, vento agitando um pouco os cabelos. Uma música qualquer tocava, mas seu pensamento estava em outra dimensão.
Olhou pelo retrovisor, o batom que lhe cobria a boca era da cor do sangue que circulava em suas veias, olhos delineados, nada muito extravagante. Brilhava por si só. O bom e velho companheiro preto-básico, tomava as curvas de seu corpo.
Observou uma movimentação a frente. Estacionou o carro com firmeza. Nada e ninguém importava. Era hora de jogar.