terça-feira, novembro 29

Move on



Hoje eu senti falta do tempero caseiro e das brincadeiras no quintal. 
Eu senti falta de colo, de casa e de cheiro de terra molhada. 
Por alguns instantes eu quis não alcançar a maçaneta da porta e a prateleira de doces da geladeira. 

Eu ia chorar, pela certeza de que alguém chegaria e me colocaria no colo. 
Alguém ia tirar a minha atenção daquele problemão que eu tinha em menos de dois minutos. 
Até porque, eu já nem lembraria mais o motivo do choro. 
Pra sempre seria verão. O parquinho não ia sair do lugar. O algodão-doce ia ser para sempre saboroso. 

( Karen Garcia

domingo, novembro 27

A tal fita métrica


Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.


Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.



Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.



Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.



É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.



Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.


Tão diferente e tão igual



Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.
Tati Bernardi

Parafusos

Hoje é domingo. O pé está sem cachimbo e minha cabeça está cheia de parafusos. 
Amanhã tenho três provas na escola - é escola, ainda estou no ensino médio - e estudei um pouco, apenas. Queria dormir, mas, preciso enfrentar os meus reais fantasmas. Só tenho a mim e o meu sucesso depende do meu esforço. Se amanhã não tiver onde cair, eu tenho o mundo nas minhas mãos. Entretanto, não posso parar. 
Um, dois, três. É melhor respirar e não fazer tempestade em copo d'água. A vida é dura pra quem é mole. Vou estudar *:
( Karen Garcia

Sem ponto ou vírgula

 - quero uma história sem pontuação é o que eu sinto nos dias de chuva e vento forte meu coração balança dentro do peito eu tenho muito espaço para amar é necessário ser mais que um - 
( Karen Garcia

sábado, novembro 26

Algum dia


Ninguém nunca te disse como ser tão imperfeito. Você tem tão pouca chance de alcançar o seu destino. É fácil fazer parte de um mundo tão pequeno, onde amigos invisíveis nunca ligam outra vez. Talvez até porque, ninguém ligue pra você.  
Se você quer que eu feche os olhos, pra alguém que foi viver algum dia lá fora. E nesse dia, se o mundo acabar, não vou ligar pra aquilo que eu não fiz
Faz muito pouco tempo, aprendi a aceitar, quem é dono da verdade, não é dono de ninguém. Só não se esqueça que atrásdo veneno das palavras, sobra só o desespero de ver tudo mudar. Talvez até porque ninguém mude por você. 


sexta-feira, novembro 25

Muito meu


Quando longe, te faço perto 
Quando fora, te faço dentro
Quando medo, te acalento 
Afastando qualquer pesadelo. 

Quando triste, o meu sorriso
Quando longe, o meu calor
Quando frio, te dou abrigo
Colando meu corpo ao teu. 

Eu poderia pensar em tudo de mais bonito, querendo você no infinito. Mas, o agora me basta - agora. 

( Karen Garcia



quinta-feira, novembro 24

Mudanças

Eu vou para Goiânia Resende; 

E depois de um ano e quatro meses, eu me vejo pensando em voltar para minha cidade natal. Eu não vejo problema em mudanças e para ser sincera, eu até gosto. Poderia dizer que gosto de sofrer, mas, na verdade.. Eu acho que enjoo um pouco das coisas - ou  talvez pense assim só para conseguir superar o sofrimento - e enjoe um pouco de mim.
Um ano e quatro meses, são dezesseis meses. Minha mudança será, provavelmente no começo de fevereiro do ano que vem. O que totalizam dezenove meses. O que completa um ano de Ilha Grande. É muita informação.
Se levarmos em conta que: nasci em Resende (1994), me mudei para Garatucaia (Angra dos Reis/RJ) e lá vivi até 4 anos (1998). Voltei para Resende, morei até os 12 anos (2006). Me mudei para o centro de Angra dos Reis, fiquei 7 meses. Fui morar em Garatucaia com meu pai (dez/2006). Fiquei com ele até 14 anos (fevereiro/2008) e voltei para Resende. E finalmente, me mudei novamente para Garatucaia (julho/2010). Depois disso, fui morar em um lugar chamado Ilha Grande (Angra dos Reis/RJ) com completos 16 anos (fevereiro/2011) e é nesse lugar que eu vivo até hoje. (novembro/2011) [ufaaaa]
Pois bem. Já estou pensando em mudar (novamente).
Há uma semana, eu estava com uns amigos e mencionei a possibilidade de sair do lugar que eu estava. Comentei sobre a necessidade de mais qualidade de ensino. Um deles soltou "Karen é nômade". Eu simplesmente fiquei pasma, pois nunca tinha visto por este ponto de vista. Não deixei transparecer meu espanto, mas, fiquei pensando comigo.
"Nômade, eu?" - parei para analisar e não poderia ter apelido mais carinhoso e sincero.
Eu não quero pensar em detalhes de mudanças, em rotina ou em como eu vou sentir saudades da Ilha Grande, das pessoas e da minha pacata vida agitada insular.
Voltar para um município, onde vivi grande parte da minha vida. Onde se encontram grande parte das pessoas que eu conheço, chega a ser um tanto assustador. Encarar tudo o que eu já tive. Reviver os errôneos fatos cômicos, entre outras coisas. Nem imagino como poderá ser.
Dentro de mim, neste momento, existe um pouco de ansiedade, alegria e uma pontinha de medo. O que será um retorno depois de tanta coisa vivida fora dali. Por que a questão não é quanto tempo fiquei fora, mas, o que vivi fora e que não será compatível com meu meio de vida naquele lugar. Vamos vivendo para ver, se der mesmo certo, as coisas irão se encaixar no seu devido tempo.  
( Karen Garcia )  

Doce limbo

Eu estou em um vazio quarto de hotel, mas, sei que você combinaria com a decoração. 
E se eu apagasse a luz, os nossos olhares iriam brilhar. 
Mãos, lábios, pele e abraços iriam se encontrar no infinito desse colchão. 
Eu poderia zelar pelo teu sono a noite inteira e afastar qualquer pensamento ruim. 
E de manhã, acordar com cantoria fazendo então assim o dia nascer azul.

 ( Karen Garcia ) 

quarta-feira, novembro 23

Todos os caminhos





Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos. Será que eu já não sei por onde procurar? Ou todos os caminhos dão no mesmo? E o certo é que eu não sei o que virá. Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério, nunca se deixe levar, que a vida é parte do mistério. É tanta coisa pra se desvendar. Por tudo que eu andei e o tanto que faltar, não dá pra se prever nem o futuro. O escuro que se vê, quem sabe pode iluminar os corações perdidos sobre o muro. E o certo que eu não sei o que virá. Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério, nunca se deixe levar que a vida. A nossa vida passa  e não há tempo pra desperdiçar.

(  Lenine  )

O ato de amar é eterno.

Provérbios e bocas mal sabidas do mundo por trás desta muralha de mentes formadas dizem-nos com função de ensinar-nos: amor é eterno, tenhas certezas ao pronunciar o verbete amar, pois se amas, cria contratos e juras para entrelaçar teus dedos nos mesmos outros dedos até a eternidade. Desprovidos de sabedoria, ditam-nos leis para o sentir, e após, contradizem-se querendo controlar o que não controla-se: sentimento. Pois não doma-se o sentir. Mas digo-te, caro, que em partes, falsos sábios sem escrúpulos cometem certezas: amar é eterno… Em partes, é eterno. Por isso, revelo-te: o ato de amar é eterno. Tua direção é que não é. Pois quando ama-se, perde tua estrada e desvirtua teus passos, encontra-se no perder das almas, e partidas que partem-nos, uma hora, sempre partem… E temos que mudar – seja lá qual ela for – a nossa direção do amar. Então, nunca jures amor eterno. Mas sim, amar eterno. Porque a direção do nosso querer, perde-se nas fadigas do tempo, entretanto, o amor é como o ciclo da chuva que sempre se renova. Refloresce em pétalas vivas, e tua direção é natureza morta, reinventada sempre que nunca a controlamos, pois não temos tal arbítrio. Por tais pesares, revelo-te que teu amor talvez não será eterno a quem lhe proporciona afago matinal, entretanto, o teu amar será eterno dentro de si: reflorescendo, reinventando e caminhando para uma nova direção… Seja ela qual for.


(via metafrasta )

segunda-feira, novembro 21

Bela flor,

Nasceu na serra e ainda muito nova foi transportada para o litoral. A brisa do mar coloriu seu miolo de flor campestre. Recebeu água fresca em um jardim tranquilo. 
Após um inverno rigoroso, vieram as chuvas de verão e uma mudança brusca de habitat aconteceu. O seu crescimento em andamento fez com que a adaptação fosse superada com tranquilidade. Embora se sentisse litorânea, de fato era uma flor dos campos serranos. Os dias eram tranquilos, ora chuva, ora sol. 
O crescimento de suas pétalas gerou a necessidade de um jardim mais amplo. Sentiu saudade do litoral. 
A adaptação seria brusca e dura, mas, porque não tentar? Até chegar ao seu estimado jardim, levou um tempo. Saíra da serra  no final do outono, o transporte foi balançado e o caminho até lá gerou uma certa bagagem. Folhas foram machucadas e sua coloração foi um pouco modificada. 
De volta ao litoral e tudo era paz. Era primavera e aquela brisa suave dava-lhe a sensação de estar em casa. Boas lembranças de quando era apenas um brotinho sempre passavam por sua cabeça, polinizou e foi polinizada. Suas pétalas puderam crescer, tomando uma superfície firme e aveludada. O claro miolo já produzia um doce pólen e encantava a todos que estavam a sua volta. 
Quebra na cadeia alimentar. O jardim todo havia sido afetado. O aroma de mudança estava no ar e gerou instabilidade. Sentiu medo e tristeza. A mudança foi feita com pesar e dificuldade, suas raízes já estavam um tanto extensas, mas aquela terra passaria por momentos de seca devido a quebra de um ciclo. 
Mais uma vez, encontrava-se na serra. A mudança era brusca e dessa vez estava lá contra sua vontade. Dois outonos se passaram. Havia sido um biênio difícil e embora suas pétalas estivessem um pouco machucadas, o último outono havia sido ameno. Dias curtos e frescos, era época de colheita.

( Karen Garcia

quinta-feira, novembro 17

Learn to fly


I'm looking to the sky to save me, looking for a sign of life. Looking for something to help me burn out  bright. I'm looking for complication, looking cause I'm tired of lying. Make my way back home when I learn to fly high. 



sexta-feira, novembro 11

Luzes de Natal,

Quando o final do ano se aproxima, o clima muda, os sentimentos mudam e os anseios são outros. O tempo é de reflexão e análise de uma fase que se encerra. 
As retrospectivas mostram os acontecimentos importantes do ano e revemos fatos que já passavam despercebidos por nossas lembranças. A época é fraterna. 
O comportamento das crianças mudam. Uns tentam melhorar pensando nos presentes de Natal, outros sonham com o bom velhinho deixando um pouco mais de esperança em suas casas.
O clima é de confraternização. As tias do interior vem para as festividades. Os planos para o ano seguinte se iniciam também. As luzes de Natal acalmam os corações e clareiam os pensamentos daqueles que pedem por um ano melhor e agradecem por toda graça que tiveram neste que se encerra.

( Karen Garcia

domingo, novembro 6

Sentado no sofá,

Você pode ficar aí, sentado no sofá, pensando no que fazer no final do dia. 
Você pode desistir, dos seus sonhos incompletos por preguiça de continuar sonhando. 
Você pode até pensar que no fim tudo se resolve, mas, se você não levantar do seu sofá nada vai acontecer. 
O tempo passa e a gente não percebe. De dia, de noite, a vida não pára. 
Pra que se apegar a esses medos? Por quê ouvir a voz que te degrada? 
Siga em frente! Você pode ser o que quiser, basta querer! Vá em frente. Apenas faça, Go!

( Karen Garcia

terça-feira, novembro 1

Tenho medo,

Depois de deixar tanto tempo meu coração habitar no Hemisfério Sul, com leves passeios pelo Trópico de Capricórno, ele agora sente a diferença do clima.. Ele tem medo de subir o mapa e assim aumentar a temperatura. Quem sabe não adoece? Ou então quebra por um choque térmico? Vai saber, tem que viver...

( Karen Garcia