Provérbios e bocas mal sabidas do mundo por trás desta muralha de mentes formadas dizem-nos com função de ensinar-nos: amor é eterno, tenhas certezas ao pronunciar o verbete amar, pois se amas, cria contratos e juras para entrelaçar teus dedos nos mesmos outros dedos até a eternidade. Desprovidos de sabedoria, ditam-nos leis para o sentir, e após, contradizem-se querendo controlar o que não controla-se: sentimento. Pois não doma-se o sentir. Mas digo-te, caro, que em partes, falsos sábios sem escrúpulos cometem certezas: amar é eterno… Em partes, é eterno. Por isso, revelo-te: o ato de amar é eterno. Tua direção é que não é. Pois quando ama-se, perde tua estrada e desvirtua teus passos, encontra-se no perder das almas, e partidas que partem-nos, uma hora, sempre partem… E temos que mudar – seja lá qual ela for – a nossa direção do amar. Então, nunca jures amor eterno. Mas sim, amar eterno. Porque a direção do nosso querer, perde-se nas fadigas do tempo, entretanto, o amor é como o ciclo da chuva que sempre se renova. Refloresce em pétalas vivas, e tua direção é natureza morta, reinventada sempre que nunca a controlamos, pois não temos tal arbítrio. Por tais pesares, revelo-te que teu amor talvez não será eterno a quem lhe proporciona afago matinal, entretanto, o teu amar será eterno dentro de si: reflorescendo, reinventando e caminhando para uma nova direção… Seja ela qual for.
(via metafrasta )
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