segunda-feira, agosto 13

Conchinha do mar


Me fiz vento para acariciar o seu rosto nos entardeceres, e assim, pude arrepiar tua pele e envolver teu corpo todo. E quando muito presente eu estava, você se escondia dizendo ter frio.
Me fiz sol para iluminar o seu dia e apresentá-lo com as mais belas paisagens. Fazendo suas manhãs amenas e seu fim de tarde colorido. E quando irradiava alegria, você fugia pedindo sombra.
Me fiz nuvem para enfeitar o teu céu e sombrear o teu dia, formando desenhos de algodão e brincando com os raios de sol e transformar o céu em aquarela. E quando me chocava comigo mesmo, eu aparentava chuva e você corria com medo de se molhar.
Me fiz árvore para ser teu pouso e descanso sereno. Na Primavera eu enfloreci, para demonstrar meu amor em cores e perfumes. No Verão era sombra para os teus dias de Sol. Outono, me misturava com o vento e chegava em qualquer canto que você estivesse para não te deixar sozinha. Te oferecia sombra e frutos frescos com os melhores sabores que podia inventar. E ainda assim, você arrumava algum jeito de preferir algo mais.
Voltei a minha forma real, concha do mar, e para beira da praia fui à espera de ser carregado por uma onda. Já sem saber o que fazer para ter você por perto e sem esperanças de te conquistar. E nessa espera desalmada, você me aparece de pés descalços me escolhe e faz pingente, transformando-me em amuleto, me deixando enfeitar teu peito e  bem perto de teu coração. 

Bom dia, dia.


Bom dia, Segunda-feira.