sexta-feira, setembro 30

Sincronicidade,

Uma vez eu li um livro. Era o meu tipo de livro, e sei que muitas pessoas pensavam assim. Esse livro foi escrito para ser o tipo de muitos, eu senti quando li a capa. Não era um livro qualquer, não dava para julgar pela capa. Ele te convidava a adentrar as páginas e viver a história.
Eu cheguei a pensar por um tempo, que era infantil demais por achar aquele livro tão especial, mas no fundo ele havia tocado o meu buraco no peito.
Como boa curiosa, fui saber mais. Nunca ouvira falar o nome do autor, procurei na internet. Achei o tal mágico em uma rede social e daí começou o nosso contato.
Observei que a foto de exibição era de extremo mal gosto, mas nós começamos a conversar. Me incomodava o fato dele insistir que eu achava que autor e leitor estavam em universos diferentes, ele tentava me convencer de algo que eu já sabia. Mas mesmo assim eu o achava legal. Não só por ele ter aberto uma portinhola na minha vida com a história do seu livro, nem por ele não ser o que eu imaginava fisicamente, mas por também não ser fácil, ser um tanto humano.
Os nossos contatos eram um tanto superficiais, mas ele indiretamente esteve presente em muitos momentos da minha vida, isso me fazia um pouco melhor. Acompanhou o meu amadurecimento, minhas mudanças, a minha passagem de uma fase para outra.
Vez ou outra em nosso contato virtual, observávamos que já nos contactávamos a um bom tempo e que em idade eu era apenas uma menina, mas a tela e as palavras não eram capazes de descrever o que eu era realmente. Essa distancia existiu durante dois anos.
Como em histórias de filmes, nós nos encontramos uma vez, a primeira vez. A nossa primeira vez. “E no meio de tanta gente eu encontrei você...” Eu estava em um lugar desconhecido no qual ele andava de olhos fechados. Foi engraçado vivenciar o outro lado da moeda, nós havíamos saído do virtual.
Um final de semana estranho, em um lugar mágico em um cenário literário, nós nos conhecemos. Ele me cativava, simplesmente. Não por ser um autor e ser reconhecido por muitas menininhas que não tinham nada na cabeça e que diziam que o livro dele tinha mudado as suas vidas, mas por ele ser tão humano e agora estar dentro do meu mundo, fazendo parte da minha vida.
Depois de dois anos, a história do primeiro livro que eu li dele, soava na minha cabeça como uma música infantil, que era muito familiar, mas eu não recordava mais a letra. Ele me despertou curiosidade, imagine uma pessoa curiosa sendo despertada a curiosidade, é como jogar carne fresca em um mar de tubarões... Eu queria devorá-lo, ouvir suas histórias. No momento em que ele narrou um trecho do livro, eu só fechei meus olhos e vivi o que estava me sendo contado.
E como em um conto de fadas, o final de semana acabou e cada um tomou o seu rumo, mas eu tinha os vestígios de sangue da tal carne fresca e ele fazia parte da minha vida, agora mais do que nunca.
Não imagino o capitulo seguinte dessa história, mas sei que quero vivê-la. (:

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