sexta-feira, agosto 26

Vícios em jogos,

Tudo começa como uma brincadeira. Como em todo jogo, conforme você ganha experiência, fica mais confiante. Essa confiança faz com que as apostas sejam um atrativo para deixar o jogo mais interessante. O prazer em jogar é crescente. Em pouco tempo, os lances ficam cada vez maiores e embora ainda não tão rotineiros, já é algo a ser reparado. A brincadeira segue e em algum momento nota-se que não é possível ficar sem o jogo com apostas. Ainda assim, considera-se capaz de largar quando quiser.
O problema está na confiança de achar que tem o controle da situação, que pode parar quando quiser, mas o vício se camufla e quando o jogador for se dar conta, pode ser bem tarde... E tal vício pode crescer cada vez mais fazendo com que as finanças fiquem em risco e expõe também a família e a carreira profissional.
O que será que está em “jogo” que gera a necessidade de apostar?
“Sempre que os neurônios dos centros encarregados de reconhecer recompensas são estimulados repetidamente por substâncias químicas (drogas, álcool), ou vivências que confiram sensação de prazer (jogo, sexo), existe risco de um cérebro vulnerável ficar dependente delas e desenvolver uma compulsão. Trata-se de um mecanismo de neuroadaptação, conforme explica um grupo de neurocientistas em artigo à revista Science. Por isso, tanta gente bebe, fuma, usa cocaína, joga descontroladamente, come demais, faz sexo sem parar, gasta além do que pode e malha compulsivamente.” – Do site, igeduca.com.br


Muitos estudos revelam também, que a tendência ao jogo pode ser de fatores genéticos. Pessoas que tem parentes em primeiro grau que são viciados a jogos, drogas, álcool, entre outros, tem uma boa predisposição a transtornos de impulso.
O jogo passa de uma prática eventual para a compulsividade de apostas e muitas das vezes as pessoas ao redor só reparam quando a pessoa está em uma situação extremamente alarmante, que é o caso de dívidas, perda de patrimônio, entre outros.
O vício em jogos está crescendo cada vez mais, sejam eles de baralho ou eletrônicos. Além de toda explicação científica a atual realidade é a mídia persuadindo cada vez mais as pessoas a jogarem o que quer que seja. Muitos eletrônicos tem como regras tarefas para o jogador fazer em determinados horários do dia, fazendo com que ele deixe de fazer outra coisa para não “resetar” seu status no jogo.
O problema não tem idade, pode começar tanto na adolescência que é estimulada com eletrônicos, jogos online, etc. quanto na velhice. Atinge majoritariamente os homens, entretanto não exclui as mulheres do vício. Estudos afirmam serem elas as atingidas mais rapidamente e optam por jogos de baralho e bingo. Acredita-se ser uma das principais causas do aumento de casos à crescente oferta de jogos de azar em nossa sociedade.
Como toda doença, deve-se procurar ajuda médica.
A maioria procura tratamento quando pressionados pelos familiares, entretanto a adesão do paciente é fundamental e representa um grande desafio.
A psicóloga comportamental Maria Alice Ferreira, cita que há três tipos de jogos: o social, que é entre amigos e familiares onde se têm limites e há aceitação às perdas; profissional, que há disciplinas e limites e o viciante, que faz o indivíduo se tornar um jogador patológico. Este surge com o tempo, tornando a atividade de lazer para atividade recorrente causando prejuízos ao cotidiano. Fazendo uma má interpretação de “mau caráter”, pois o leva a encobrir seu grau de envolvimento com o jogo. O jogador viciado acredita muitas vezes que o dinheiro é tanto a causa quanto à solução para todos os seus problemas. Diz ainda que a procura é baixa para o tratamento, pois tem dificuldades de admitirem. A procura ocorre só quando o problema se agrava e é de difícil reversão.
Grupos de apoio para auto-ajuda, como Jogadores Anônimos (JA), são uma alternativa bem difundida e que, a exemplo dos AAs, apresentam muito bons resultados. Antes de tudo, é necessário enxergar que o jogo esta interferindo em sua vida e que ninguém pode ajudar a pessoa inserida na compulsividade por jogos se o mesmo não quiser.
Todos sabem que nada em excesso faz bem, vale policiar-se desde sempre para que uma brincadeira não vire uma coisa séria.

Karen Garcia

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